Reinventaram a roda… As Plantas curam!!!!
Mais de 500 anos depois o Estado reconhece o poder de cura das plantas, algo que o nativo já sabia mesmo antes da chegada do branco e sua ciência “infalível”.
Como será que os órgãos de vigilância sanitária vão tratar de agora em diante aquele raizeiro da feira livre ou do quiosque do centro da cidade?
Antes ele era considerado apenas um vendedor de ilusão ou um charlatão inofensivo, mas e agora? Poderá ser enquadrado por prática ilegal da profissão, já que seus produtos ganharam poder de cura a partir de uma canetada da ANVISA?
Os médicos receitarão banhos, infusões e cataplasmas?
O Brasil sempre teve tradição no uso de plantas para o tratamento de doenças, no início esse conhecimento era inclusive aceito e usado pela medicina tradicional, mas com a evolução tecnológica o uso da fitoterapia foi suplantado pelos interesses financeiros das indústrias de medicamentos.
Nesse processo a população e a medicina saíram perdendo, pois se tornaram reféns de um pequeno grupo de indústria que monopolizaram a produção e comercialização de medicamentos com preços cada vez mais altos.
A decisão do governo em reconhecer o poder de cura da chamada “medicina alternativa” está mais ligada ao bolso do que na convicção, pois mesmo sendo eficiente em alguns casos ela é muito mais barata. Se antes ele apenas recolhia os impostos gerados pelo comércio de medicamentos, a partir de 1988 passou também a ser consumidor e começou a perceber o tamanho da conta que estava pagando.
Esse processo foi desencadeado em 2006 com a aprovação da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares que introduz no SUS o uso da acupuntura, homeopatia, crenoterapia, fitoterapia e plantas medicinais, e está aos poucos sendo regulamentada.
Vai demorar muito até sentirmos os efeitos benéficos dessa política. Como não tem nenhum grande interesse econômico por traz do projeto também não existe looby, propina ou qualquer outro estímulo comumente usado para apressar as decisões governamentais, assim teremos que ter muita paciência e torcer para que os grupos afetados diretamente pela medida não usem sua influência para atrapalhar.
Mas continuo mesmo é pensando na situação dos raizeiros… Pois a classe médica é muito eficiente em defender seu monopólio…